O uso das cores para a progressão narrativa em Coraline

 

The use of colors for narrative progression in Coraline | El uso del color para la progresión narrativa en Coraline

 

Thiago Sylvestre Simm · thiagossimm@gmail.com

Universidade Federal de Santa Catarina · Brasil

https://orcid.org/0000-0003-0995-417X

 

Letícia Maria Fraporti Zanini · leticiamariafz@gmail.com

Universidade Federal de Santa Catarina · Brasil

https://orcid.org/0009-0008-8400-5058

 

Isabella Nalin Fais · isabella_fais@hotmail.com

Pesquisadora Independiente · Brasil

https://orcid.org/0009-0009-8812-7519

 

Gabriel de Souza Prim · gabrielsprim@gmail.com

Universidade Federal de Santa Catarina · Brasil

https://orcid.org/0009-0007-4643-6407

 

Milton Luiz Horn Vieira · milton.vieira@ufsc.br

Universidade Federal de Santa Catarina  · Brasil

https://orcid.org/0000-0002-6646-2799

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Recebido · Received · Recibido: 19/09/2024 | Aceito · Accepted · Aceptado: 23/01/2025

Cómo citar este artículo · Como citar este artigo · How to cite this article · Cómo citar este artículo: Sylvestre Simm, T., Fraporti Zanini, L.M., Nalin Fais, I., de Souza Prim, G. y Horn Vieira, M.L. (2025). O uso das cores para a progressão narrativa em Coraline. Communiars. Revista de Imagen, Artes y Educación Crítica y Social. Online First.

Artigo sob licença Creative Commons BY-NC-SA · Article under Creative Commons license BY-NC-SA · Artículo bajo licencia Creative Commons BY-NC-SA.

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Resumo:

A cor, enquanto um elemento visual, desempenha a função de auxiliar na construção de narrativas, especialmente em histórias que buscam criar uma forte conexão emocional com o público. Esse efeito se torna ainda mais relevante em narrativas que têm pretensão de evocar sensações como medo, tensão e estranheza. Este estudo se concentra na análise detalhada do papel das cores na construção do efeito de medo e suspense em Coraline e o Mundo Secreto (2009), tomando como base os princípios da teoria das cores. Este estudo tem como objetivo central a observação de como determinadas escolhas de paletas de cores influenciam tanto a compreensão quanto o envolvimento emocional do público com a narrativa apresentada. Para alcançar esse objetivo, foram cuidadosamente examinadas as paletas de cores de cenas específicas do longa-metragem, a fim de compreender seus impactos e significados em diferentes etapas da história e como estas acompanham os arcos narrativos da animação. A pesquisa conclui que o uso das cores no filme é cuidadosamente planejado e estruturado com a intenção deliberada de evocar emoções que estão diretamente relacionadas à progressão da narrativa, fomentando assim futuras investigações acadêmicas e teóricas sobre o uso aplicado das cores em narrativas audiovisuais, com especial foco no campo da animação.

Palavras-chave:

Audiovisual. Teoria das Cores. Cinema. Animação. Filme de terror.

Abstract:

Color, as a visual element, has the capacity to help construct narratives, especially in stories that seek to create a strong emotional connection with the audience. This effect becomes even more relevant in narratives that aim to evoke sensations such as fear, tension and eeriness. This study focuses on a detailed analysis of the role of colors in building the effect of fear and suspense in Coraline and the Secret World (2009), based on the principles of color theory. This study has as its central objective the observation of how certain choices of color palettes influence both the understanding and the emotional involvement of the audience with the narrative presented. To achieve this goal, the color palettes of specific scenes in the feature film were carefully examined in order to understand their impacts and meanings at different stages of the story and how they accompany the narrative arcs of the animation. The research concludes that the use of color in the film is carefully planned and structured with the deliberate intention of evoking emotions that are directly related to the progression of the narrative, thus fostering future academic and theoretical research into the applied use of color in audiovisual narratives, with a special focus on the field of animation.

Keywords:

Audiovisual. Color Theory. Cinema. Animation. Horror movie.

Resumen:

El color, como elemento visual, desempeña un papel en la construcción de narrativas, especialmente en las historias que buscan crear una fuerte conexión emocional con el público. Este efecto adquiere aún más relevancia en las narraciones que pretenden evocar sensaciones como el miedo, la tensión y la extrañeza. Este estudio se centra en un análisis detallado del papel del color en la construcción del efecto de miedo y suspense en Coraline y el mundo secreto (2009), basándose en los principios de la teoría del color. Este estudio tiene como objetivo central la observación de cómo determinadas elecciones de paletas de colores influyen tanto en la comprensión como en la implicación emocional de la audiencia con la narrativa presentada. Para ello, se examinaron cuidadosamente las paletas de colores de escenas específicas del largometraje con el fin de comprender su impacto y significado en las diferentes etapas de la historia y, cómo acompañan a los arcos narrativos de la animación. La investigación concluye que el uso del color en la película está cuidadosamente planificado y estructurado con la intención deliberada de evocar emociones directamente relacionadas con la progresión de la narración, fomentando así futuras investigaciones académicas y teóricas sobre el uso aplicado del color en las narraciones audiovisuales, con especial atención al campo de la animación.

Palabras clave:

Audiovisual. Teoría del color. Cine. Animación. Película de terror.

 

1. Introdução

O horror pode ser considerado uma emoção que não pode ser explicada em sua plenitude, ou seja, não é compreendida e deixa a pessoa em uma situação periclitante, sem reação. Assim, o horror é definido como um sentimento que inevitavelmente domina o indivíduo: “o medo é constante” (Tavares, 2010). No cinema, para que essa sensação seja transmitida ao público com êxito, existem diversas estratégias e recursos narrativos que se encarregam desse trabalho, como o emprego da cor (Bellatoni, 2005).

Cinco (2019) diz que a cor como ferramenta é amplamente utilizada pelos filmes de terror através do uso de paletas específicas, conjunto de cores selecionadas, que manipulam o espectador, evocando sentimentos previamente determinados, como choque, estranheza e apreensão. Desta forma, para que haja melhor compreensão sobre como a psicologia das cores é explorada pelos diretores e designers de produção, faz-se necessário o entendimento dos três elementos que compõem a cor: matiz, saturação e luminosidade. A partir destes conceitos, torna-se possível a análise fundamentada da obra cinematográfica Coraline.

Produzido pela Focus Features (2017), Coraline e o Mundo Secreto (2009) é um longa-metragem de animação Stop Motion escrito pelo inglês Neil Gaiman e dirigido por Henry Selick. A história aborda a jornada de Coraline Jones, uma pré-adolescente cuja família acaba de se mudar. Seus pais estão constantemente ocupados com o trabalho e não dão atenção necessária à filha, que decide explorar sua nova casa. Coraline consequentemente descobre uma passagem que leva a um mundo similar ao em que vive, mas diferente de diversas maneiras: há uma “outra-mãe” e um “outro-pai” e tudo é mais divertido e interessante. Contudo, logo Coraline percebe que se trata de uma armadilha feita pela outra-mãe para que sua alma seja consumida. Ao longo desta narrativa, a cor é um dos elementos utilizados para evocar emoções no espectador.

 

2. Fundamentos teóricos

Para fundamentar a análise sobre a aplicação da cor para o efeito de terror em Coraline, é necessária a exploração de conceitos de teoria das cores e seus principais elementos de acordo com os estudos de Wilms e Oberfeld (2018) e o nível discursivo existente em Coraline apresentado por Santos (2011). Dessa forma, ao observar esses fatores em conjunto, é possível entender o porquê determinadas paletas se aplicam a diferentes contextos e suas finalidades, segundo os conceitos de Heller (2014).

 

2.1. Teoria da cor

Para o melhor entendimento de como as paletas podem ser aplicadas a diferentes contextos, faz-se necessária a apresentação dos conceitos básicos que compõem o que se entende por cor, viabilizando assim o estudo das paletas, compilados de cores, e as boas práticas de sua aplicação. A cor é composta por três elementos: matiz, saturação e luminosidade

Segundo Rhyne (2017), o matiz, ou o tom, se traduz na cor em si. Trata-se da variedade do comprimento de onda da luz direta ou refletida, percebido como vermelho, amarelo, azul e demais resultantes dessa mistura. A associação de matizes a determinadas emoções tem grande relação com associações histórico-culturais ou até mesmo questões físicas. Observa-se que o branco está ligado ao casamento devido à cor do vestido, e o vermelho pode ser associado à raiva pela relação do aumento da pressão sanguínea que torna o rosto avermelhado. A mesma regra se aplica às demais matizes.

Cada tom possui diversas atribuições, podendo variar de acordo com o contexto em que for inserido ou quando acompanhado por variações dos demais elementos, saturação e luminosidade.

 

Figura 1. Paleta de cores. Fonte: www.pantone.com.

 

A saturação indica o grau em que uma tonalidade difere do cinza neutro no seu espaço de cor (Rhyne, 2017). Esse fator permite que se introduza uma sensação mais fria e solitária ou quente e acolhedora, dependendo da intensidade que for aplicada. Alterações na saturação podem influenciar na emoção do público para causar resultados desejados de acordo com a necessidade da cena (Manav, 2007). Nota-se como a variação da saturação permite que o mesmo tom seja inserido em dois contextos diferentes:

 

Figura 2. Variação de saturação do matiz azul. Fonte: www.pantone.com

 

Na primeira imagem, o azul pode ser aplicado à melancolia, submissão e solitude. Já na segunda amostra, o mesmo tom remete à inteligência, controle e razão (Bellatoni, 2005; Heller, 2014).

Por sua vez, a luminosidade determina o quão clara uma cor é, isto é, o brilho/claridade dado a um determinado matiz (Rhyne, 2017). Ela pode ser utilizada para dar ênfase a detalhes específicos da cena e guiar os olhos do espectador.

 

Figura 3. Escala de luminosidade do matiz vermelho.

 

Esse elemento é igualmente importante na associação de cores à sentimentos, visto que cores mais claras são mais comumente ligadas a adjetivos relacionados à felicidade e positividade, enquanto cores mais escuras são ligadas a adjetivos mais negativos, como tristeza, aborrecimento, entre outros (Manav, 2007).

 

2.2 Nível discursivo

Segundo Santos (2011), identifica-se que a principal oposição do plano do conteúdo em Coraline é eufórico vs. disfórico. Essa dualidade de elementos caracteriza o que é positivo e negativo na linguagem de toda a narrativa, correspondendo às seguintes oposições: colorido vs. não colorido, iluminado vs. escuro, reconhecível vs. irreconhecível e preenchido vs. vazio.

No “mundo disfórico”, isto é, a realidade de Coraline antes de atravessar o portal, a personagem está contida num ambiente monótono, pouco estimulante, e insuficiente para os desejos infantis de Coraline.

Por sua vez, no “outro-mundo eufórico”, Coraline se insere em um mundo capaz de suprir seus desejos, em que transforma os aspectos negativos do seu antigo mundo em positivos, isto é, o que era feio, desconfortável e velho, se torna bonito, confortável e novo.

Em contrapartida, à medida que a narrativa avança, revela-se que o outro-mundo é, na verdade, uma armadilha. Dessa forma, o ambiente inicialmente eufórico do outro-mundo se transforma em um “outro-mundo disfórico”, caracterizado por versões negativamente amplificadas de elementos que, até então, agradavam Coraline.

 

3. Análise

Com base nos princípios apresentados sobre a Teoria das Cores segundo os conceitos de Wilms e Oberfeld (2018) e na síntese do nível discursivo em Coraline de Santos (2011), é possível realizar uma análise do uso da cor como ferramenta na obra audiovisual, especialmente em sua aplicação ao gênero terror. Para que essa análise seja efetiva, torna-se essencial o estudo das paletas de cores ao longo da narrativa, permitindo uma comparação entre as diferentes situações observadas.

 

3.1. Mundo Disfórico

O mundo disfórico se apresenta na primeira fase da narrativa. O contexto da jornada se insere em uma realidade monótona, chata, e entediante no ponto de vista de Coraline. Para a representação dessa etapa, foram usados tons terrosos e pouco saturados nos diversos cenários explorados pela protagonista. Este mundo é dominado por tons de cinza, que transmitem uma sensação de desolação e apatia.

Nota-se, também, que as cenas em que o cenário exterior é destacado são consistentemente acompanhadas por um clima chuvoso ou nublado. Esse contexto favorece a utilização de uma iluminação difusa e uma paleta cinzenta com baixa luminosidade, a qual reforça e complementa o estado emocional de Coraline. As cores com pouca saturação reforçam a frieza e distância emocional que a personagem está inserida. As cores de baixa luminosidade refletem um mundo sem brilho, desestimulante para a protagonista, evocando emoções deprimentes em um ambiente sombrio.

 

Figura 4. Tons terrosos relacionados a monotonia.

 

3.2. Outro-mundo eufórico

Nesse cenário, Coraline descobre as maravilhas do mundo alternativo, que faz de tudo para conquistá-la e atraí-la. Já no início desta transição, que se dá quando a menina atravessa a pequena porta e passa pelo túnel, o espectador se depara com um tom violeta vibrante e saturado. Esse é o primeiro choque visual do público, visto que até o momento só foram introduzidas cores pouco saturadas.

Segundo Farina (2011), a combinação de tons violeta com cores análogas, como azul e roxo, traz a ilusão de infinitude, magia e misticismo, elementos que condizem com as sensações esperadas pelo público nesse contexto da obra.

As cores ficam mais saturadas, demonstrando ao espectador como Coraline está estimulada por este mundo secreto, atraída para uma vivência completamente diferente da banalidade do mundo real.

 

 

Figura 5. Coraline passando pelo túnel. Fonte: Autores (2024).

 

Nos demais cenários, principalmente os interiores, há sempre uma iluminação quente que preenche o ambiente. Combinações de amarelos e laranjas transformam o local, antes sem vida e chato, em uma casa acolhedora que faz com que Coraline se sinta incluída pela família (Bellatoni, 2005). Este mundo conta com uma iluminação mais dramática, favorecendo um contraste maior entre a luminosidade das cores.

 

Figura 6. Amarelos e laranjas acolhedores. Fonte: Autores (2024).

 

3.3. Outro-mundo disfórico

Esse determinado momento da narrativa se torna um ponto de virada na jornada da protagonista, onde os estímulos se manifestam negativamente à medida que Coraline descobre a verdade sobre o outro-mundo. Isso, porém, não significa necessariamente que as cores voltam aos tons terrosos e apagados; elas também se manifestam de forma saturada e viva.

Tons de verde, roxo, azul e violeta passam a tomar ambientes antes amarelados e calorosos. O violeta, como mencionado anteriormente, é mais uma vez atribuído à questão do desconhecido e místico, dessa vez se manifestando como ameaçador (Bellatoni, 2005).  

Figura 7. O desconhecido e ameaçador.

 

 

Figura 8. Verdes monstruosos.

Também é perceptível que, com o avanço da narrativa e maior o entendimento de Coraline sobre o perigo em que ela se encontra, tons esverdeados com diferentes níveis de luminosidade preenchem o ambiente. O verde em filmes pode indicar ameaça, perigo e o sinistro, comumente associado com figuras monstruosas (Bellatoni, 2005; Heller, 2014).

Contudo, os tons terrosos e pouco saturados não são totalmente descartados: em muitas situações, a paleta tem a utilidade de representar elementos como o mau cheiro, podridão, insetos vivos ou mortos (Heller, 2014), comumente encontrados em trechos da obra literária de Neil Gaiman que exemplificam essas situações.

O teatro encontrava-se abandonado e descuidado. Havia cadeiras quebradas por sobre o chão. Teias de aranha velhas e empoeiradas cobriam as paredes e pendiam da madeira apodrecida e das cortinas de veludo em decomposição (Gaiman e Mckean, 2002, p.97).

 

 

 

Figura 9. Mau cheiro, podridão e insetos.

 

3.4. Etapas comparadas

Visto que nas três caracterizações do nível discursivo encontra-se uma diferente abordagem de cores, sendo cada paleta atribuída a uma função específica que se volta à determinadas reações esperadas do público, é possível fazer uma comparação direta entre os mesmos ambientes nas diferentes fases da narrativa.

 

 

Figura 10. Disfórico, outro-mundo eufórico, outro-mundo disfórico.

Figura 11. Tons terrosos com influência do verde.

 

Na primeira imagem das figuras 10 e 11, notam-se os tons terrosos e cinzentos que evocam o aspecto disfórico da etapa. Em sequência, em ambos os exemplos, a paleta é substituída por cores alaranjadas e calorosas que oferecem conforto à personagem. Por fim, na imagem 3 da figura 10, tons azuis saturados atípicos causam estranhamento.

Na figura 11, no entanto, o ambiente volta aos antigos tons terrosos. Aqui, uma leve influência de verde sobrepõe a cena, destacando caráteres de podridão e perigo.

 

 

4. Conclusões

Como visto, produções audiovisuais utilizam da cor como um importante recurso para conectar a mensagem do filme diretamente ao espectador por meio das emoções, sendo o terror uma das vertentes que se apropriam dessa ferramenta para alcançar o efeito esperado.

No caso da animação Coraline e o Mundo Secreto (2009), a partir das análises embasadas em múltiplos autores, estudou-se atentamente no que se refere à ambientação e uso das cores com ênfase em trazer a sensação do medo ao público. Mesmo que o filme não seja classificado explicitamente no gênero terror (sendo ele fantasioso), há certos momentos em que essa é a reação esperada do espectador.

A partir da análise apresentada, conclui-se que na obra Coraline o efeito macabro é introduzido por meio da progressão e quebra de expectativa: de início, é apresentado ao público um mundo cotidiano e ordinário. Ao decorrer da narrativa, tem-se então um novo conceito, manifestando uma atmosfera não antes vista na obra que acompanha positividade e acolhimento.

A partir da análise apresentada, é possível apontar que a obra Coraline aborda o efeito macabro através do contraste entre as paletas de cores com a progressão narrativa. De forma subversiva, Coraline introduz saturação e cores quentes quando entra em um ambiente desconhecido, capaz de enganar tanto a protagonista quanto o público. Similarmente, a obra ressalta o aspecto sinistro do outro-mundo através de cores saturadas, ao invés de recorrer a tons escuros e pouco saturados.

Tem-se, então, o amadurecimento da personagem na progressão discursiva, onde a garota percebe a armadilha que lhe foi feita. A partir deste ponto é introduzida uma quebra, com cores fortes e tonalidades chamativas que despertam o alerta do espectador, contrastando com o ambiente excessivamente acolhedor que os tons quentes antes propiciaram. O contraste com as situações anteriores, porém, é somente possível através de um estudo embasado na psicologia das cores. Isso porque cada cor, tendo sua própria conotação histórico-cultural, se adequa a diferentes cenários.  

No caso da obra analisada, percebe-se como a estranheza (portanto, o medo) se manifesta através de tons majoritariamente púrpuras, azulados e esverdeados. Isso porque a atmosfera desejada se mantém no místico, desconhecido e sobrenatural, salvo os momentos em que os tons terrosos entram em cena com intuito de trazer ao público aspectos relacionados à decomposição.

Dessa forma, é possível afirmar a cor como elemento crucial na progressão da narrativa e na influência da atmosfera construída nas emoções do público, servindo também como um guia para o público que pode utilizar da cor como um recurso para acompanhar e compreender as etapas da narrativa por meio das paletas abordadas pelo filme.

 

Contribuição dos autores

Conceitualização, T.S.S, L.M.F.Z e I.N.F; pesquisa, T.S.S, L.M.F.Z e I.N.F; metodologia, I.N.F e G.S.P; gerenciamento de projetos, G.S.P; supervisão, G.S.P e M.L.H.V; validação, G.S.P e M.L.H.V; visualização, T.S.S; redação - preparação do rascunho original T.S.S e L.M.F.Z; redação - revisão e edição, T.S.S, L.M.F.Z e G.S.P.

 

Referências

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Selick, H. (Diretor). (2009). Coraline e o Mundo Secreto [Filme]. Laika Studios.

Farina, M. (2011). Psicodinâmica das cores em comunicação (6.ª ed.). Blucher.

Focus Features (6 de fevereiro de 2017.). Forever a feisty eleven year old. Coraline turns eight. https://www.focusfeatures.com/article/coraline_2017_eighth-anniversary

Gaiman, N. y Mckean, D. (2002). Coraline. Harpercollins.

Heller, E. (2014). A psicologia das cores: Como as cores afetam a emoção e a razão (1.ª ed.). Gustavo Gili.

Manav, B. (2007). Color-emotion associations and color preferences: A case study for residences. Color Research & Application, 32(2), 144–150.  https://doi.org/10.1002/col.20294

Rhyne, T. M. (2017). Introduction to color theory. Wiley.

Santos, A. A. D. (2011). O fantástico em Coraline: Uma análise semiótica [Trabajo de fin de grado no publicado]. Universidade Estadual Paulista

Tavares, C. (2010). Cinema de horror: O medo é a alma do negócio [Trabajo de fin de grado, Universidade Federal de Alagoas]. https://ichca.ufal.br/grupopesquisa/intermidia/artigos/carolinetavares.pdf

Wilms, L. e Oberfeld, D. (2018). Color and emotion: Effects of hue, saturation, and brightness. Psychological Research, 82, 896–914.  https://doi.org/10.1007/s00426-017-0880-8